Corinthians x São Paulo
A vitória do São Paulo sobre o Corinthians, no último domingo, foi natural, considerando-se as enormes diferenças que há entre os dois clubes, mais que entre os dois times. O Tricolor vive um momento completamente oposto ao do Timão. E não se trata de uma fase, esse jargão impreciso do futebol, amplamente utilizado sem a devida meditação sobre suas causas. O São Paulo é simplesmente mais organizado que o Corinthians. Ponto.
Enquanto a diretoria de um é extremamente atrapalhada e envolvida em negociações com “investidores suspeitos”, tumultuando o ambiente de trabalho dos jogadores ao dar margem às justas investigações da Imprensa, a do outro é ágil, contratando e substituindo rapidamente jogadores à altura de figuras importantes do seu elenco que tiveram de ser negociadas, a exemplo do que ocorreu com Mineiro substituído por Fredson.
Fora isso, o time do São Paulo é mais organizado e está, pela própria circunstância pela qual passa, com os nervos no lugar. O Corinthians, ao contrário, demonstrou, pela segunda vez, descontrole, quando em desvantagem no placar. Parece-me muito óbvia a auto-estima abalada da equipe pelo tabu de doze jogos sem ganhar do São Paulo, completados no confronto em questão.
E o São Paulo lembra a organização de alguns times europeus que se apóiam na qualidade do seu conjunto mais que no fato de terem estrelas no elenco. Mas, ainda nesse quesito, o São Paulo é individualmente melhor que o Corinthians – pelo menos o Corinthians que entrou em campo no domingo passado, sem Nilmar e Amoroso, que poderiam equilibrar um pouco mais as coisas, em tese.
A regularidade do São Paulo, portanto, é fenômeno complexo que amplia a duração de sua boa “fase”.
Romário e os mil gols
Não se discute a contribuição de Romário para o futebol mundial. Foi - e é, principalmente considerando sua idade - um atacante raro, que tinha tudo, do ponto de vista físico, para não dar certo no futebol. Não fosse o fato paradoxal de também fisicamente ter sido beneficiado pela velocidade impressionante do início de carreira e uma inteligência cinestésica que só poucos nos esportes possuíram e possuem. A capacidade de finalização de Romário, hoje em dia observada apenas quando não tem bons marcadores a vigiá-lo, é tida como sem parâmetro de comparação no exercício da função de centroavante dentro da grande área. Que é um gênio, cujas pernas somente não obedecem mais, não resta dúvida. Mas é triste observar como ensejou críticas que fazem dos seus últimos dias no futebol um espetáculo deprimente.
Gosto muito do Romário, mesmo com toda sua idiossincrasia, e acho, sinceramente e sem querer decretar que já deveria ter parado, porque isso é problema dele, que a tentativa de glamourizar sua caminhada aos mil gols tem se tornado apenas uma tragicomédia que, por mais seja isso lugar-comum, desrespeita sua história.
A vitória do São Paulo sobre o Corinthians, no último domingo, foi natural, considerando-se as enormes diferenças que há entre os dois clubes, mais que entre os dois times. O Tricolor vive um momento completamente oposto ao do Timão. E não se trata de uma fase, esse jargão impreciso do futebol, amplamente utilizado sem a devida meditação sobre suas causas. O São Paulo é simplesmente mais organizado que o Corinthians. Ponto.
Enquanto a diretoria de um é extremamente atrapalhada e envolvida em negociações com “investidores suspeitos”, tumultuando o ambiente de trabalho dos jogadores ao dar margem às justas investigações da Imprensa, a do outro é ágil, contratando e substituindo rapidamente jogadores à altura de figuras importantes do seu elenco que tiveram de ser negociadas, a exemplo do que ocorreu com Mineiro substituído por Fredson.
Fora isso, o time do São Paulo é mais organizado e está, pela própria circunstância pela qual passa, com os nervos no lugar. O Corinthians, ao contrário, demonstrou, pela segunda vez, descontrole, quando em desvantagem no placar. Parece-me muito óbvia a auto-estima abalada da equipe pelo tabu de doze jogos sem ganhar do São Paulo, completados no confronto em questão.
E o São Paulo lembra a organização de alguns times europeus que se apóiam na qualidade do seu conjunto mais que no fato de terem estrelas no elenco. Mas, ainda nesse quesito, o São Paulo é individualmente melhor que o Corinthians – pelo menos o Corinthians que entrou em campo no domingo passado, sem Nilmar e Amoroso, que poderiam equilibrar um pouco mais as coisas, em tese.
A regularidade do São Paulo, portanto, é fenômeno complexo que amplia a duração de sua boa “fase”.
Romário e os mil gols
Não se discute a contribuição de Romário para o futebol mundial. Foi - e é, principalmente considerando sua idade - um atacante raro, que tinha tudo, do ponto de vista físico, para não dar certo no futebol. Não fosse o fato paradoxal de também fisicamente ter sido beneficiado pela velocidade impressionante do início de carreira e uma inteligência cinestésica que só poucos nos esportes possuíram e possuem. A capacidade de finalização de Romário, hoje em dia observada apenas quando não tem bons marcadores a vigiá-lo, é tida como sem parâmetro de comparação no exercício da função de centroavante dentro da grande área. Que é um gênio, cujas pernas somente não obedecem mais, não resta dúvida. Mas é triste observar como ensejou críticas que fazem dos seus últimos dias no futebol um espetáculo deprimente.
Gosto muito do Romário, mesmo com toda sua idiossincrasia, e acho, sinceramente e sem querer decretar que já deveria ter parado, porque isso é problema dele, que a tentativa de glamourizar sua caminhada aos mil gols tem se tornado apenas uma tragicomédia que, por mais seja isso lugar-comum, desrespeita sua história.