domingo, dezembro 11, 2005

Entendi, mas não concordo

O bom Marcos Caetano escreveu em sua coluna do JB Online, no último dia 05, que "Apesar dos pesares, o Rio de Janeiro continua a ser, ao lado de Buenos Aires, a única grande cidade do mundo com quatro times na primeira divisão. E só não colocou um time na Libertadores porque o Fluminense perdeu a ambição. Se não tivesse sido batido nos últimos cinco jogos - fora o Palmeiras, por times rebaixados ou que andaram ameaçados -, o Flu teria terminado com 83 pontos, dois a mais do que o campeão. A Cidade Maravilhosa emplacou ainda o artilheiro do campeonato: o legendário Romário. Mas isso é assunto para a semana que vem."
Eu concordo com a primeira afirmação. Até porque, impor argumentos contra os fatos matemáticos não é uma atitude muito inteligente. E o Rio tem, de fato, Fluminense, Flamengo, Botafogo e Vasco na primeira divisão do Brasileirão. Só acho também que, no interior daquele estado, não existe futebol no mesmo nível competitivo que o há na capital. Concordo também que Romário é interminável, que é uma lenda. A munição do Baixinho impõe inveja até ao Bruce Willis, nos seus filmes de ação, porque não acaba nunca.
Mas dizer que o Fluminense simplesmente perdeu a ambição e que se não tivesse perdido os cinco últimos jogos que realizou teria terminado à frente do Corinthians é reducionismo (ou bairrismo disfarçado e/ou inconsciente).
O que se viu, além da queda do Tricolor Carioca, foi a ascenção do Palmeiras dirigido por Emerson Leão. A conquista da vaga pelo Verdão foi muito justa - nada obstante Marcos não tenha dito o contrário. Mas, ao afirmar o desinteresse tricolor como afirmou, dá a entender que tudo dependia apenas dele. Sem querer, desconsiderou os adversários na lógica utilizada para sustentar o argumento. Além do mais, são cinco partidas consecutivas (para ficar à frente do campeão ou mesmo do vice é muito, não acha o leitor?)!
O futebol carioca é um dos que mais honra as tradições deste esporte no Brasil. Dele surgiram gente como: Zico, Garrincha, Zizinho, Didi, Roberto Dinamite, Romário, Leônidas da Silva, Domingos da Guia, Castilho, Telê etc. No entanto, há muito tempo os cariocas não impõem o mesmo respeito que impunham aos adversários. Haja vista, o Santo André, há bem pouco tempo, ter desbancado o Flamengo, em pleno Maracanã, na decisão da Copa do Brasil. Quem poderia imaginar isso nos anos 80 e 90?
O problema é que o talento dos cartolas cariocas para a desorganização e a descarticulação dos clubes que dirigem (?) quase rivaliza com a capacidade dos gênios que tornaram o futebol carioca notável.
Nisso reside o drama de um futebol que, em termos pragmáticos (não românticos, pragmáticos), vem perdendo espaço por não conseguir oferecer aos seus jogadores condições adequadas de trabalho e os vê migrar para outros centros mais estruturados.
Como o bom Marcos sabe, essa é a principal razão para os cariocas se vangloriarem com tão pouco, atualmente. O resto é resto e detalhe sem importância.

5 comentários:

Anônimo disse...

O fluminense só não pra limbertadores por ``imcompetencia dos próprios eles mesmos´´ rs e pra lembrar a nova regra do futebol diz q ``derrubou na area e não é a area do corinthians é penalty´´.

Anônimo disse...

obs : ainda estou no primariu por isso não sei escrever kkkkkkkkk

Anônimo disse...

"(...) dizer que se (o Fluminense) não tivesse perdido os cinco últimos jogos que realizou teria terminado à frente do Corinthians é reducionismo (ou bairrismo disfarçado e/ou inconsciente)."

Não há como não, ah, como posso dizer... "puxar uma sardinha" pro time de coração...

Ricardo Ferreira disse...

Rafa,
não tem mesmo. Neutralidade no discurso simplesmente não existe.

Anônimo disse...

agora vc foi racional!