segunda-feira, janeiro 16, 2006

Mil Gols

Resolvi. Vou fazer mil gols. Não, dois mil gols. Não, não é megalomania. Acordei com essa súbita idéia em minha cabeça e ela me invade como uma compulsão. Eu sempre fui, quando jogava bola cotidianamente, do tipo banheirista. Para mim, o importante era fazer gols, mais até que jogar bem. Sou adepto do pensamento de Dadá Maravilha: "Não existe gol feio. Feio é não fazer gol". Nada melhor, então, que os gols e os holofotes - ou a meia-luz de um poste de uma rua perto do campinho - quando a própria rua não se convertia em estádio. Ainda penso assim, mas agora a coisa piorou.
Nos últimos dias, não posso ver um retângulo ou um buraco vertical ou verticalizado à minha frente, sejam eles um portão, uma porta, o vão das pernas de uma mesa de jantar, um balde deitado, uma porta de garagem, o espaço entre dois tijolos, que chuto no buraco por eles formado o primeiro objeto que encontro pela frente e que caiba lá, independentemente do seu formato. Chuto e depois anoto. Para não enlouquecer com a súbita manifestação desse transtorno obsessivo-compulsivo, resolvi planejar minhas ações e, dessa forma, concretizar meu sonho, como fizeram, no futebol e em outras áreas, Jardel, Seedorf, Eduardo Costa, Paulo Coelho, o cara que escreveu "Quem Mexeu No Meu Queijo", Satoro Nakajima, Vítor Fasano, Felipe Dilon, entre outros mitos. Já tenho tudo planejado.
Conversei com um amigo meu e marcamos um amistoso com alguns velhinos da Casa de Repouso Último Remanso, cujo lema é: "Respeite a experiência", para a próxima semana. Nesta, já irei enfrentar, num amistoso local, uma equipe formada por nerds amigos do meu amigo Finder - que também é nerd, embora não admita (e só joga futebol no computador, e no FIFA, vejam só o naipe da figura!) e mais uma de deficientes visuais, nas regras normais do football association. Só não entendi porque disseram que aceitavam essa exigência, "porque doido não se contraria". Nesse período, graças a umas cinqüenta partidas de "cascudinho" e de golzinho (ou gol fechado, no nosso dialeto - que, aliás é um termo besta, afinal quem pode fazer gols numa meta fechada?), na regra "cinco vira, dez acaba", e creio chegar ao final da próxima semana com metade de meu objetivo cumprida. Só não aceito de jeito nenhum jogar contra o Liverpool da Inglaterra, porque ingleses não sabem jogar futebol e provam isso desde que o inventaram. Esta é a primeira parte do plano.
Depois, graças ao meu empresário, às intermináveis fitas com meus melhores momentos e gols e ao caderno que os guarda registrado em cartório, atuarei em algum clube de origem portuguesa - porque origem é fundamental. Talvez até dispute o Campeonato Carioca, mas estou em dúvida. Temo que isso diminua os méritos do meu feito fantástico.
Enquanto escrevo, vozes estranhas sussuram ao meu ouvido algo sobre um tal Pelé. Pergunto: "Pelé? Quem é Pelé?"

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Casa de Ferreiro...

Não tem jeito. Os ingleses inventaram o futebol, mas não sabem o que fazer com ele.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Campeonato Mundial

"O arranque de Claudio Lopez pela direita do ataque argentino já disse tudo. Roque Júnior, adaptado de lateral-esquerdo, tentou o carrinho, num bote precipitado, e o craque portenho deu-lhe um corte seco que o fez cair sentado. Marcador batido, latifúndio à frente, foi fácil chegar à linha de fundo e centrar para a cabeçada mortal de Crespo. Argentina 1 a 0.
O treinador brasileiro, com sua tradicional catimba, até tentou atravancar o jogo, utilizando toda sorte de sórdidos artifícios, inclusive eletrônicos, mas não adiantou. No final, Argentina 6 x 2 Brasil. E foi só o primeiro jogo do primeiro turno.
Depois vieram Itália e Japão e o que se viu foi um passeio de Batistuta, Claudio Lopez, Verón e Cia.
No segundo turno, mais uma vez Brasil e Argentina enfrentaram-se. Dessa vez, o desastre brasileiro foi ainda maior: Argentina 10 x 1 Brasil. É verdade que o Brasil treinado por Abdias Silveira Filho sempre foi freguês da Argentina de Ricardo Ferreira, técnico notável pelas suas conquistas com Kashima Antlers, Roma, Juventus, Barcelona e outros tantos. Mas aquela humilhação marcou profundamente a carreira do comandante brasileiro, que nunca mais foi o mesmo. Levar o caneco depois disso foi só um mero detalhe - e a Argentina ainda goleou impiedosamente Itália (5 x 2) e Japão (4 x 1). " (L'Équipe, da França)
E foi assim que ganhei mais um mundial de seleções no Winning Eleven, em cima dos fregueses de sempre: Abdias (Brasil), Jarlan (Itália) e Robinson (Japão).

domingo, dezembro 11, 2005

Entendi, mas não concordo

O bom Marcos Caetano escreveu em sua coluna do JB Online, no último dia 05, que "Apesar dos pesares, o Rio de Janeiro continua a ser, ao lado de Buenos Aires, a única grande cidade do mundo com quatro times na primeira divisão. E só não colocou um time na Libertadores porque o Fluminense perdeu a ambição. Se não tivesse sido batido nos últimos cinco jogos - fora o Palmeiras, por times rebaixados ou que andaram ameaçados -, o Flu teria terminado com 83 pontos, dois a mais do que o campeão. A Cidade Maravilhosa emplacou ainda o artilheiro do campeonato: o legendário Romário. Mas isso é assunto para a semana que vem."
Eu concordo com a primeira afirmação. Até porque, impor argumentos contra os fatos matemáticos não é uma atitude muito inteligente. E o Rio tem, de fato, Fluminense, Flamengo, Botafogo e Vasco na primeira divisão do Brasileirão. Só acho também que, no interior daquele estado, não existe futebol no mesmo nível competitivo que o há na capital. Concordo também que Romário é interminável, que é uma lenda. A munição do Baixinho impõe inveja até ao Bruce Willis, nos seus filmes de ação, porque não acaba nunca.
Mas dizer que o Fluminense simplesmente perdeu a ambição e que se não tivesse perdido os cinco últimos jogos que realizou teria terminado à frente do Corinthians é reducionismo (ou bairrismo disfarçado e/ou inconsciente).
O que se viu, além da queda do Tricolor Carioca, foi a ascenção do Palmeiras dirigido por Emerson Leão. A conquista da vaga pelo Verdão foi muito justa - nada obstante Marcos não tenha dito o contrário. Mas, ao afirmar o desinteresse tricolor como afirmou, dá a entender que tudo dependia apenas dele. Sem querer, desconsiderou os adversários na lógica utilizada para sustentar o argumento. Além do mais, são cinco partidas consecutivas (para ficar à frente do campeão ou mesmo do vice é muito, não acha o leitor?)!
O futebol carioca é um dos que mais honra as tradições deste esporte no Brasil. Dele surgiram gente como: Zico, Garrincha, Zizinho, Didi, Roberto Dinamite, Romário, Leônidas da Silva, Domingos da Guia, Castilho, Telê etc. No entanto, há muito tempo os cariocas não impõem o mesmo respeito que impunham aos adversários. Haja vista, o Santo André, há bem pouco tempo, ter desbancado o Flamengo, em pleno Maracanã, na decisão da Copa do Brasil. Quem poderia imaginar isso nos anos 80 e 90?
O problema é que o talento dos cartolas cariocas para a desorganização e a descarticulação dos clubes que dirigem (?) quase rivaliza com a capacidade dos gênios que tornaram o futebol carioca notável.
Nisso reside o drama de um futebol que, em termos pragmáticos (não românticos, pragmáticos), vem perdendo espaço por não conseguir oferecer aos seus jogadores condições adequadas de trabalho e os vê migrar para outros centros mais estruturados.
Como o bom Marcos sabe, essa é a principal razão para os cariocas se vangloriarem com tão pouco, atualmente. O resto é resto e detalhe sem importância.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Primeiro Tempo

Ser blogueiro é uma atividade que vicia, já percebi. E já que essa droga é assim, vou aproveitar o espaço para falar de um dos assuntos que mais me interessam: futebol.
Sim, já vou avisando: sou corintiano - e quem puder que conviva com isso. Porém, isso não me impede de reconhecer a qualidade do futebol jogado pelas equipes ou jogadores de outros clubes, portanto não haverá dificuldades em se polemizar neste espaço, desde que a tônica seja o bom nível do debate.
Apesar do nome, este "estádio" é dedicado ao futebol mundial e não apenas ao futebol brasileiro.
Creio que será divertido. Então, vamos jogar.
Até a próxima.